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IV Congresso de Sistemas LEAN

Estou impressionado com a qualidade das apresentações no IV Congresso de Sistemas LEAN que aconteceu nos dias 23 e 24/05/2014 na UFRGS em Porto Alegre. Foram dois dias para ver a aplicação da mentalidade enxuta (Lean Thinking) em estudos de caso de diversos segmentos de empresas.

Existem muitas oportunidades para ir além da manufatura (Lean Manufacturing) para aplicar a filosofia Toyota a todas as dimensões dos negócios de uma organização como nos processos ponta a ponta (fluxo estendido), processos administrativos de apoio (Lean Office), Construção Civil (Lean Construction), Saúde (Lean Healthcare) e muito mais.

A seguir algumas fotos das apresentações:

Uma experiência de implementação do Lean na organização indústria de moda esportiva por João Henrique Hope, Diretor de Operações do Grupo Dass que demonstrou a jornada do Lean, os fatores relacionados à gestão da mudança das pessoas e as transformações na organização para obter os resultados.

Desenvolvimento de Produtos Lean por José Luiz da Cruz Consultor Lean da Embraer

Lean: de volta para o futuro por Sammy Obara, Diretor da Honsha

Sammy Obara dentre outros assuntos muito interessantes, falou do senso de urgência para a implementação do Lean nas organizações utilizando como exemplo uma plataforma de prospecção de petróleo em chamas. Muito bom!

Jornada Lean em fabricação de estruturas metálicas por Alexandre Castro Soares, Diretor de Operações da Medabil

Principais etapas de Transformação Lean a partir da ótica da presidência por Harry Grandberg, Diretor Presidente da Villares Metal

Lean e Green – Integrando sustentabilidade aos processos de manufatura por Dra. Andréa Pampanelli, Gerente Corporativo de MA e Segurança da GKN.

A apresentação iniciou demonstrando a evolução da GKN ao longo do século passado e demonstrou as transformações que vem ocorrendo na organização e na sociedade para dar contexto muito interessante ao assunto. Foi apresentado um exemplo de desperdícios na fabricação da lata de Coca Cola desde a Austrália até o líquido ser envasado na Inglaterra para demonstrar que mais de 40% do que é produzido é puro desperdício. Ficou evidente que a organização transformou sua estratégia com base no tripé da sustentabilidade, também chamado de Triple Bottom Line (People, Planet, Profit) e está obtendo bons resultados. O escopo de atuação do Lean ainda está focado nos desperdícios internos, mas o próximo desafio é ampliar para o fluxo estendido, abrangendo os processos ponta a ponta e também à logística reversa da cadeia de valor. Excelente apresentação, parabéns!

Lean Contruction por Prof. Dr. Formoso, Professor da UFRGS e Coordenador NORIE

Muito bem apresentada pelo Prof. Formoso que de forma didática introduziu os conceitos do Lean no ramo da construção civil que me fez refletir que, da mesma forma, são os mesmos desperdícios em outros setores como software, saúde, jurídico, serviços compartilhados e muitos outros. Iniciou pelos assuntos comuns relacionados a produção puxada pela demanda, redução de tamanho de lote, redução do tempo de ciclo, abertura de várias frentes de trabalho para absorver variabilidade e demais assuntos relacionados aos sete desperdícios clássicos do Lean. Foi abordado, que diferentes segmentos elegem um oitavo desperdício (7+1), onde o mais comum é o identificar este oitavo como o desperdício de conhecimento/talento humano, mas Prof. Formoso prefere identificar este oitavo desperdício para o ramo da construção como o desperdício “making-do” também conhecido como a “improvisação” muito comum no Brasil, que está relacionada a iniciar tarefas sem todas as condições necessárias. Este oitavo desperdício está diretamente relacionado ao excesso de trabalho em progresso (work in progress), muita variabilidade, riscos, estoque de produto inacabado, mais recursos e mais defeitos. Ao mesmo tempo que assistia a palestra, me veio a cabeça todo o tempo que já havia trabalhado com desenvolvimento de software e a relação direta do making-do e de todas as perdas por trabalho inacabado (unfinished work) que já pude presenciar. Algumas conclusões foram apresentadas, e a que mais me convenceu foi a relacionada ao planejamento clássico de projeto com base no PERT/CPM versus o Last Planner – uma boa alternativa intermediária aos métodos PMI clássico e ao SCRUM com métodos ágeis.

Liderança Lean: Uma jornada ao trabalho padronizado e a melhoria de processos por Anselmo Passos, Gerente de Operações da fábrica de cardans da DANA

Aplicação dos princípios Lean de produção em House-Building Projects por Gustavo Navarro, Gerente de Engenharia da Cyrela / Goldstein

Experiências ao incorporar a Cultura Lean numa organização por Angel Castro, Presidente da Metalsa

Competitividade e produtividade através das ferramentas de Lean Manufactoring por Emmanuel Lancini, Engenheiro Industrial da GM do Brasil

Hoshin kanri – Lean da estratégia à execução por Flávio Augusto Picchi, Diretor Executivo do Lean Institute Brasil

Ficou evidente que “o difícil é sustentar o não desperdício” na busca da excelência operacional, para isso Lean não deve ser encarado como mais uma ferramenta mas uma estratégia competitiva da organização para puxar as ações a partir das necessidades de negócio. Hoshin kanri simplifica os mapas estratégicos com um desdobramento do A3 em diferentes níveis.

A seguir um vídeo elaborado pela equipe de coordenação do evento.

Parabéns ao Dr. Guilherme Tortorella e ao Dr. Giuliano Marodin pelos discursos entusiasmantes de abertura e fechamento do evento.